Carolina Nóbrega |
É artista. Sua principal área de atuação é a dança contemporânea, mas seus trabalhos também trafegam pelas artes visuais (fotografia, vídeo, performance, instalação) e a literatura. Há dois anos que o treinamento corporal da artista é o boxe, deixando que suas criações em dança emerjam como efeito colateral do mesmo. Dedica-se à produção em formatos horizontalizados como coletivos, parcerias, residências e plataformas de criação artísticas. É interesse central de sua criação a construção da arte como ferramenta política de questionamento e boicote à normatividade policial dos corpos e ao Terrorismo de Estado Transnacional, produzidos pelo contínuo processo colonial. Para tal, se interessa pela pesquisa de estéticas terceiro mundistas, pela criação em contextos periféricos e marginalizados e pela busca de compreensão dos contextos latino americanos, compreendendo o Brasil enquanto construção arbitrária de fronteiras para o mascaramento de processos transnacionais de continuidade colonial. Seus principais trabalhos solos são o solo de dança estudo patético de embate contra o solipsismo e a apatia (2015-2016) e a performance 3 assaltos ou delação (2016). Em 2016, em parceria com a artista Thaís Di Marco, desenvolveu o projeto Dança Útil ou Guerrilha Coreográfica – Viva Los Caracoles!, no qual coordenaram uma residência artística para artistas e militantes da região da Brasilândia e concebeu os trabalhos solo ela queria acreditar na violência (vídeo) e estudo para corpo e metal | ciborgue e inserção (ensaio fotográfico). Em 2015, em parceria com o artista visual Pontogor, concebeu e performou a instalação coreográfica pois ainda agora vocês me olham, mas nunca me veem. É co-fundadora e integrante do Coletivo Cartográfico desde a sua fundação, concebendo e performando todos os seus trabalhos. É co-fundadora e integrante do Grupo do Trecho, criado em 2007, sendo seu último trabalho a série Ponto Cego, um livro, uma série de postais e um áudio que se debruçam sobre o Terrorismo de Estado Continuado do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo. Atuou de 2012 a 2016 no Programa Vocacional na região do Campo Limpo, na periferia da Zona Sul de SP. Sua ação artístico-pedagógica através dos anos, resultou na fundação do Coletivo Limiar de Dança Contemporânea, formado por jovens bailarinos desse território, com os quais segue trabalhando até hoje.
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Fabiane Carneiro
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É artista e arquiteta urbanista. Transita entre a dança contemporânea, a performance, a arquitetura e o urbanismo. Cada vez mais a artista e a arquiteta hibridizam-se, provocam-se e fortalecem-se mutuamente. Seus trabalhos têm como principal foco a concepção da arte e da cidade como ferramenta política de questionamento aos espaços espetaculares, totalmente produtivos, funcionais e assim desencarnados, simples cenários produzidos pelo contexto de um mercado globalizado na lógica da colonização, da ordenação, da formatação e da recente onda de privatizações, cercamentos, controles espaciais e vigilância que impactam na vida urbana. Assim, tem interesse pela pesquisa de invisibilidades e potências poéticas na cidade contemporânea; pelos embates do corpo urbano, corpo físico e corpo cidadão; pela criação de interferências capazes de provocar fissuras, ruídos ou curto-circuitos na realidade, a fim de promoverem mudanças no modo como a vida é observada e experienciada; e por fim pelo projeto que permita a permanência da tensão entre as diferenças não idealizadas, nem pacificadas. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFPR (1992-1996), tem formação em dança clássica e moderna pela E.D. Teatro Guaíra e Unidade de Dança Moderna da UFPR; em dança contemporânea junto à Limites Cia. de Dança, à Caleidos Arte e Ensino e ao Estúdio Nova Dança. Cursou Creating Site-Specific Dance and Performance Works ministrado por Stephen Koplowits, da California Arts Institute, via Coursera. É integrante e co-fundadora do Coletivo Cartográfico, participando como criadora e performer de todos os seus trabalhos. Faz parte da diretoria do IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil/SP) 2017-2019, onde atua principalmente na Plataforma Cultural. Integrou o grupo de estudos em dança contemporânea 16 mulheres e ½, coordenado pelo Núcleo Cinematográfico de Dança (2009 a 2015), onde desenvolveu, entre outros, os trabalhos: Entre esse Um e Outro; Descarnar e Desnudar; Comida de Arquiteto e Improvisos. Foi artista e arquiteta convidada do Núcleo Tríade em trabalhos da Série Cartocoreográfica e Performáticos_ inquietos_radicais - Tríade Móbile (2014). Participou como intérprete-criadora da Caleidos Cia. de Dança em: Coreológicas Brasil Finlândia e Coreológicas IV. Atuou como bailarina na Limites Cia de Dança (1997 a 2004), nos trabalhos: Disforme, Cores do Silêncio, In sono, Natur e Sala de Espera, no Brasil, Estados Unidos e Turquia. Em 2004, criou, interpretou e dirigiu Estamos Condenados à Liberdade.
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Monica Galvão |
É artista da performance e historiadora. Especialista em Técnica Klauss Vianna, pela PUC-SP (2012-2015), onde realizou pesquisas sobre site-specific. Possui Graduação em Bacharelado em História, pela FFLCH, na USP (1998-2004). É co-fundadora e integrante do Coletivo Cartográfico desde a sua fundação, na concepção e performance de todos os seus trabalhos. Desenvolve seu trabalho na interface da performance e da dança contemporânea. Acredita que a arte da performance trata de processos irreversíveis, de atos do agora que fazem nos aproximar da morte. Estar à beira do abismo, de certo modo. A potência da ação se estabelece no atrito do contexto com a matéria. Trata-se do embate com a natureza do tempo. A iminência da morte na ação, o aspecto irreversível do ato. A ocorrência da ação já se manifesta enquanto iminência do seu desaparecimento. Nestes tempos de desestabilizações e desfacelamento das estruturas, se faz emergente pensar na potência política da ação no seu ato presente. Sua radicalidade de transformação na práxis política, no deslocamento e ampliação da vida, seu ímpeto para o desvio. Entre seus principais trabalhos está a série Cartografias do Imprevisível: _vertigem (Praça da República, 2013), _esvair (Largo do Paissandu, São Paulo-SP, 2014/ Festival Laplataformance, São Paulo-SP, 2016/ e ESCALA 1:1_Ações humanas para espaços monumentais, Palmas-TO, 2017), _cálamo (Praça Roosevelt, São Paulo-SP, 2015), _tentativa de extinção ou evolar-se (La Plataformance, São Paulo-SP, 2015, VESPA _II Encontro Internacional de Performance/Ação/Sonora/Video, Belo Horizonte-MG, 2016, MIP3 _Manifestação Internacional de Performance, Belo Horizonte-MG, 2016, e Presença Permeável, Praça das Artes, São Paulo-SP, 2017), _Limiar ou como atravessar muralhas? (Corpus Urbis, Macapá- AP, agosto de 2016), _sal e metal _ Bailique (Oficinas Culturais Alfredo Volpi e Oswald de Andrade, São Paulo-SP, 2017). Participou também da co-criação, organização e realização do Festival LaPlataformance _ residência, mostra e circulação (São Paulo, SP, abril e maio de 2016) e da Movediça _ Mostra de Performance Arte (São Paulo-SP e Santiago- Chile/ abril e dezembro de 2017). Neste ano participou da Exposição de Artes Visuais e Performance “Mulheres a Caminho”, com a performance olvidar (Campinas-SP, agosto-2017) e do Festival de Performance Arte Performe-se: Fronteiras Borradas/ Fronteiras Erguidas, com performance inédita óstraco (Vitória-ES, setembro-2017); onde oficialmente iniciou a série Exílio. Participou do Curto-Circuito de Performance 2017 (Chapecó,SC, outubro-2017) e da Catapulta#4 de performance, na Casa de Zuleika (São Paulo, SP, outubro-2017), com a performance inédita fron tei ra, dando continuidade às pesquisas sobre exílio.
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